quinta-feira, 11 de agosto de 2016

SI...

A maternidade foi a minha grande via transformadora. Lembro de me olhar no espelho, logo que a Manu nasceu, e não me reconhecer mais naquela imagem refletida. A mudança não era pelo cansaço no meu rosto, nem pelo meu corpo modificado. Era algo bem mais profundo. Era como se eu não fosse mais eu, entende? Minha mãe veio cuidar de nós por uma semana e depois que ela foi embora, escondida,  eu chorei por 4 horas sem parar. Eu pensava: por que ninguém me contou essa parte da história? uma enxurrada de sentimentos afloravam, oscilavam e bem no meio desta tempestade eu comigo mesma, estava ela, meu pedacinho de vida. Ainda tão indefesa e tão dependente. Instintivamente escolhi me agarrar nela. No meu amor por ela. E firmei meus pensamentos nessa desafiadora e solitária peregrinação interna de autoconhecimento, em me conhecer de novo. Pensei que não daria conta inúmeras vezes. Ainda penso. Mas o tempo é generoso. Os dias passaram e a vida se acalmou. Entrou nos eixos, com som de "você mudou" ecoando todos os dias. E dois anos depois eu estou aqui, inteira... seguindo, aprendendo e errando, caindo e calando todos os dias. Mesmos nos dias mais difíceis eu me olho no espelho e tento me enxergar, e aceitar minha barriga toda marcada de estrias, fiquei mais consciente e empoderada. Estava procurando fotos (selfie) minha pra trocar nas redes sociais e eu não tenho. Sério. tiro e apago. acho que umas 87 vezes... que eu me vi e não gostei de mim mesma. Por que? Tem dias que eu acho que eu daria conta de uma creche inteira, em outros não consigo nem imaginar como vou sair da cama... tento todos os dias ser melhor mesmo sabendo que eu não vou conseguir provar isso... tento todos os dias ser mãe, ser esposa, ser do lar, ser do trabalho... E agradeço a Ele por me dar essa dadiva que é criar um serzinho e por me transformar, me ensinar todos os dias a amar.

Cin.

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